sexta-feira, 27 de abril de 2018

O guerreiro virou orixá!


Quer conhecer a lenda sobre como esse guerreiro virou Orixá? 

Conta a lenda que um dia, Ogum foi requisitado para uma batalha que não havia data certa para finalizar. Sendo assim, ele solicitou para seu filho que era o dono do trono de Irê dedicar um dia no ano em seu nome enquanto ele estivesse em batalha. 

Toda população deveria jejuar e fazer silêncio. Dessa forma ele partiu e permaneceu durante sete anos em batalha.

Ao retornar sedento e faminto, bateu em diversas casas pedindo bebida e comida, mas ninguém o atendia, o silêncio na cidade era absoluto. 

Enfurecido pela falta de consideração da população, Ogum não se controlou e dizimou toda a aldeia a fio de espada. O Ogum só parou quando seu filho apareceu e com a ajuda de Exú, controlou a fúria do pai sem entender o que o motivou a tamanha atrocidade. 

Ele então se explicou, disse que as pessoas deveriam ter-lhe recebido com festa e presentes, mas ao contrário quando pediu uma bebida pois estava morto de sede, eles o ignoravam.

Seu filho então o lembrou do pedido que ele fez antes de sair da vila, de um dia de homenagem em silêncio, e aquele era o dia. Tomado por vergonha e remorso, Ogum abriu o chão com sua espada e se enterrou de pé.

E foi assim que Ogum, o grande guerreiro se transformou no grande orixá que conhecemos hoje!

Patacori Ogum!!! Ogunhê!!!




quinta-feira, 26 de abril de 2018

Zeca Pagodinho


Essa semana estamos dedicando ao orixá Ogum, e hoje como não podemos deixar de falar o que tem por aí, vamos conhecer um pouco mais do cantor Zeca Pagodinho.

Jessé Gomes da Silva Filho, é o nome de Zeca Pagodinho, um dos maiores cantores e compositores do samba dentro de nossa música brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro, em 04 de fevereiro de 1959, começou a sua carreira cantando em rodas de samba nos bairros Irajá e Del Castilho, no mesmo estado.

Gravou mais de 20 discos, considerado um grande cantor renomado por críticos e compositores na área do samba e pagode. Zeca, adepto às religiões de matrizes africana e muito devoto dos orixás, principalmente Ogum, compôs e cantou várias músicas sobre o panteão africano, uma dessas músicas e muito conhecida é Ogum (veja abaixo a letra e o clipe da canção).


Eu sou descendente Zulú
Sou um soldado de Ogum
devoto dessa imensa legião de Jorge
Eu sincretizado na fé
Sou carregado de axé
E protegido por um cavaleiro nobre
Sim vou nà igreja festejar meu protetor
E agradecer por eu ser mais um vencedor
Nas lutas nas batalhas
Sim vou no terreiro pra bater o meu tambor
Bato cabeça firmo ponto sim senhor
Eu canto pra Ogum
Ogum
Um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais
Ogum
Ele vem de Aruanda ele vence demanda de gente que faz
Ogum
Cavaleiro do céu escudeiro fiel mensageiro da paz
Ogum
Ele nunca balança ele pega na lança ele mata o dragão
Ogum
É quem da confiança pra uma criança virar um leão
Ogum
É um mar de esperança que traz a bonança pro meu coração
Ogum
"Deus adiante paz e guia
Encomendo-me a Deus e a virgem Maria minha mãe ..
Os doze apóstolos meus irmãos
Andarei nesse dia nessa noite
Com meu corpo cercado vigiado e protegido
Pelas as armas de são Jorge
São Jorge sentou praça na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia"
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem
Tenham mãos e não me peguem e não me toquem
Tenham olhos e não me enxerguem
E nem em pensamento eles possam ter para me fazerem mal
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão
Facas e lanças se quebrem se o meu corpo tocar
Cordas e correntes se arrebentem se o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Jorge é da Capadócia.
(Compositores: Claudemir Da Silva / Marquinho Pqd)

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Carta de Ogum de Lei aos seus filhos!


É filho..., o tempo passou e minhas palavras não chegaram no tempo que você esperava. Pois bem, quem foi que disse que o meu agir é no seu tempo? As vezes as coisas demoram a acontecer, mas quando acontece, sentimos que chegou no momento certo.

Sabe, ultimamente tenho observado o mundo em que vive e muitas coisas têm me entristecido, pois alguns de vocês do ayê (Terra ou Mundo Físico) já não acreditam mais na nossa essência pelo fato de terem sofrido nas mãos de pessoas, mas deveriam entender que quem os fez sofrer não foram nós (os Orixás), mas sim a alma poluída de um ser que não conhece a verdadeira essência do Orixá!

Filho, quando lhe escolhi já sabia que seus caminhos seriam repletos de obstáculos, mas tive a certeza de que todos eles seriam vencidos por você. És um ser audacioso, determinado de muita garra e fé e, é por isso que lhe peço para não deixar a Umbanda e/ou o Candomblé e acreditar no fervor do Asé ("energia", "poder", "força")! 

Como um grande rei, eu também errei julgando o silêncio e fazendo pessoas pagarem por um erro que somente eu enxerguei. Essa visão distorcida todos meus filhos herdaram de mim, pois apesar da honestidade, todos não admitem errar e esta herança junto da desconfiança e a mente calculista nos faz julgar sem o outro se defender.

Ah..., vamos parar um pouco, pois eu vim falar diretamente com você que só tem procurado respostas aonde não irá encontrar, porque a verdade que busca não é a que eu realmente quero lhe mostrar. Então abra seus olhos, liberte sua alma e purifique a sua mente para que minha essência possa te mostrar qual caminho deverá trilhar!

A vida não é fácil e nunca será, mas como um filho de Ogum de Lei, você nunca pode deixar a desejar! 

Todos os caminhos que tracei, todos os propósitos que te dei, todas as dores que lhes foram causadas foram e sempre serão importantes para a sua evolução. E em todos esses momentos eu estava com você!

Não dê ouvidos aqueles que querem ver a sua derrota e olhe a sua volta, pois ao seu lado eu construí uma tropa que irá batalhar contigo assim como eu. São pessoas como você, que entraram em sua vida para somar, e foi com eles que lhe presenteei.

Você me pediu sabedoria e eu dei a você alguém sensato que em meu nome lhe mostrasse o caminho;

Você me pediu lealdade e eu dei a você alguém fiel que estará do seu lado independente do que ocorrer;

Você me pediu experiência e eu dei a você alguém com experiência de vida para lhe ensinar o amor, caridade e a humildade;

Você me pediu visão e em meu nome lhe dei olhos que irão enxergar além do que imagina.

Filho, não deixe que a dor te separe de mim. Não deixe que a ansiedade em enxergar a mudança faça você desacreditar de tudo aquilo que lhe manteve de pé até hoje.

Eu, sou seu Orixá, pois também pertenço a sua coroa, estarei com você a todo o momento, até mesmo quando me abandonar. Pois é assim o amor de um verdadeiro pai! Ele jamais deixará de lutar por seu filho, até mesmo quando o mesmo não se importar!

Sou a sua luta,

Sou a sua dor,

Sou o seu suor,

Sou o seu choro,

Sou a sua felicidade, a prosperidade e a luz que sempre irá te guiar. E quando forças lhe faltar, serei eu a força que irá lhe levantar! ACREDITE!

Eu te fiz de Cavaleiro de Ogum de Lei, então faça de mim a sua vida! 

Seja na maior das dificuldades, mesmo que não mereça eu farei pedra virar água e se for preciso cairá de Orun (céu ou mundo espiritual) uma chuva de prosperidade, pois quem faz acontecer sou eu e com toda certeza eu JAMAIS ABANDONAREI UM FILHO MEU! 

Você será protegido e revestido com as minhas armas, pois seu anjo e usa espada é revestido de Mariwô (folha Sagrada de Ogum)!

(Adaptação: Pai Álvaro de Ogum de Lei)



segunda-feira, 23 de abril de 2018

Salve Jorge!


Hoje é dia dele, dia de São Jorge guerreiro! E para nós umbandistas e candomblecistas é o dia de Ogum!

São Jorge é um santo católico, que viveu entre 275 e 280 à 23 de abril de 303. Ele foi um soldado romano no exército do imperador Diocleciano, foi venerado como mártir cristão e imortalizado na lenda onde mata o dragão.

Ele é lembrado nos dias 23 de abril e 3 de novembro onde é muito lembrado na reconstrução da igreja católica que foi dedicado, em Lida - Israel.

Segundo histórias, Jorge teria nascido em Capadócia (hoje região da Turquia) e mudou-se, ainda criança, para Palestina com a sua mãe após o seu pai morrer em batalha.

Entrou para a carreira das armas quando atingiu a adolescência, em pouco tempo foi promovido á capitão do exército romano por causa de sua dedicação. Dize que quando a sua mãe faleceu, Jorge pegou a sua herança e doou aos mais pobres e necessitados causando uma grande surpresa na corte imperial.

Em 303, Diocleciano (influenciado por Galério) publicou um documento que mandava prender todo soldado romano cristão e que todos os outros deveriam oferecer sacrifícios aos deuses romanos. Jorge foi ao encontro do imperador para objetar, e perante todos declarou-se cristão. 

Não querendo perder um de seus melhores tribunos, o imperador tentou dissuadi-lo oferecendo-lhe terras, dinheiro e escravos. Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar aos deuses romanos. 

Todavia, Jorge reafirmava sua fé, tendo seu martírio, aos poucos, ganhado notoriedade e muitos romanos, tomado as dores daquele jovem soldado, inclusive a mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303, em Nicomédia, na Ásia Menor.

A imagem de São Jorge, na umbanda, é sincretizado ao orixá Ogum, que também é um guerreiro dentro do panteão yorubá. Por isso que no dia de hoje é lembrado e comemorado Ogum nas religiões de matrizes africanas que cultua este orixá.



quarta-feira, 18 de abril de 2018

Lágrimas da umbanda


Um dia na espiritualidade superior, alguns espíritos se reuniram e sonharam com um local onde o amor, a fé, a caridade e a humildade fossem os pilares de um lindo trabalho espiritual.


Um trabalho voltado ao amor ao próximo e a caridade. E assim surgiu a nossa linda e sagrada Umbanda. Os nossos mentores e nossas guias espirituais conspiraram para que tudo desse certo. Reuniu algumas pessoas na terra com os mesmos ideais.



Trabalharam firme para que estas pessoas se encontrassem e assim colocando em prática o que antes era ainda um sonho. Uma pena que algumas das pessoas escolhidas desviaram-se do caminho tão lindamente preparado.E exercem uma "Umbanda" tão diferente da que fora sonhado. E mais errados são aqueles que "usam" o nome dos nossos tão queridos guias para dizer aquilo que pensam.
Sempre negando a verdadeira realidade. E continuam praticando rituais mentirosos e falsas ideologias.


Muitas vezes me pego pensando, no que me levou a ser Umbandista! E nos últimos tempos isto tem sido mais constante! Devo confessar que todos os dias, tenho muitas alternativas, até mesmo a alternativa de mudar. Mas invariavelmente chego sempre a mesma conclusão. Sou umbandista por que amo esta religião, e ela me permite praticar o bem, ajudar quem realmente precisa.


Ela me fez crescer e aprender a amar a vida. E me ensinou a enxergar o mundo de uma forma diferente, alargando meus horizontes, não me deu riquezas materiais, mas me deu paz, me deu compreensão. Trouxe acalento nas horas mais dolorosas, me fez conhecer muitas pessoas. Algumas que já passaram outras ainda estão presentes em minha vida. E olha que outras eu nem conheço pessoalmente.



Aprendi como princípios básicos desta religião o amor, a fé, a humildade e a caridade.


Foi a Umbanda com estes princípios que aprendi a amar. Aí de repente eu vejo pessoas que contrariam todas essas práticas quase centenárias da Umbanda. E é tão triste contrariar as leis de Olorum. Por isso chora minha mãe Oxum. E assim rezo:


- Oxum lava meus olhos, Oxum lava a minha alma, Oxum mãe das águas, lava o meu coração, Oxum flor das águas, lava o meu coração, que a enxurrada de suas águas tome conta de mim, e leve minhas mágoas! Que assim seja!

Este texto foi escolhido para pedir humildemente a cada um que se propõe a vestir o branco e ser chamado(a) de médium que valorize esta tarefa. Ela é muito importante em sua vida e na das pessoas que procuram você e as Entidades que o acompanham. 

Que Oxum não precise chorar mais... Que nenhum Orixá seja preterido e que acima de tudo possamos honrar a nossa religião: a Umbanda.


Sua presença foi e será sempre importante. Afinal podemos ser substituível aqui, mas podemos tornar nossa tarefa inesquecível


(Terreiro de Umbanda Iansã e mamãe Oxum - texto escrito por seu dirigente)



sexta-feira, 13 de abril de 2018

Ossãe, o senhor das folhas


Ossãe recebera de Olodumaré o segredo das folhas. Ele sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor. Outras, a sorte, as glórias, as honras, ou, ainda, a miséria, as doenças e os acidentes.
Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta. Eles dependiam de Ossãe para manter a saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.
Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e imperioso, irritado com esta desvantagem, usou de um ardil para tentar usurpar, de Ossãe, a propriedade das folhas.
Falou do plano à sua esposa Iansã, a senhora dos ventos. Explicou-lhe que, em certos dias, Ossãe pendurava, num galho de Iroko, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas. 
- Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias, disse-lhe Xangô.
Iansã aceitou a missão com muito gosto. O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando as árvores, quebrando tudo por onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada. A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram.
Os orixás se apoderaram de todas. Cada um tornou-se dono de algumas delas, mas Ossãe permaneceu senhor do segredo de suas virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação.
E, assim, continuou a reinar sobre as plantas, como senhor absoluto. Graças ao poder (axé) que possui sobre elas.
(Fonte: Lendas Africanas dos Orixás, de Pierre Verger Fatumbi)


quinta-feira, 12 de abril de 2018

Rita Benneditto


Rita de Cássia Ribeiro, ou simplesmente Rita Benneditto, nasceu em São Benedito do Rio Preto em 13 de junho de 1966. Compositora e cantora começou cedo a trabalhar com a sua voz e a música. No Maranhão fez backing vocals, participou do grupo folclórico Boi Barrica  e já em São Paulo estudou canto.

Lançou alguns álbuns, porém o que ficou mais conhecido foi o álbum Tecnomacumba, lançado em 2006. O repertório deste álbum conta com readaptações de pontos cantados de umbanda, tendo como início da ideia em 1997, quando Rita fez a primeira adaptação do ponto da entidade Jurema para o primeiro álbum Rita Ribeiro. 

Dentre muitos títulos, nós podemos encontrar: Oração ao Tempo, Cavaleiro de Aruanda, Jurema, Cocada e Rainha do mar.

Escolhi a que representa muito bem a nossa querida umbanda, "Saudação/Abertura".


        
Balaroyê exu, exu é Mojubá                               
Ogunhiê Patacori
Ogum é Orixá !
Kao Cabicile Xangô
Kao meu pai !
Okê Arô
Oxossi é Caçador !
Ewêassa ossanha
Ewêassa
Roboboia Oxumaré              

Roboboia!
Atoto Ajuberô
Atoto Obaluaiê!
É tempo, é tempo
sará tempo
Eparrei
Ora ieie o mamãe Oxum
Ora ieie o
Ô docyaba Yemanja
Ôdoia mamãe
Saluba Nanã Saluba!
Erê mim
Ibeji
Jurema
Adorei as almas
As almas adorei
Xeuê epa babá Oxalá
Xeuê epa !

O sino da igrejinha
faz belém blemblaum
deu meia-noite o galo já cantou
Seu Tranca rua que é dono da gira
oi corre gira que Ogum mandou

Exú apavenã exú apavenã
em minha aldeia ingá é
exú apavenã

É uma casa de pombo
é de pombo girá
auê auê auê

Ganhei uma barraca velha
foi a cigana quem me deu
o que é meu é da cigana
o que é dela não é meu
ciganinha puerê, puerê, puerá

Girê mavilê mavangô
oh Zé! Quando vier da lagoa
toma cuidado com o balanço da canoa
oh Zé! Faça tudo que quiser
só não maltrate o coração dessa mulher

Lá na porteira eu deixei meu sentinela
eu deixei o meia-noite
tomando conta da cancela

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Sim, sou feita no santo!


Sim , sou feito no santo...

Raspei meus cabelos , encarei o olhar do preconceito e venci os meus maiores medos .

Sim, sou feito no santo...

Dormi quando quis ficar acordado , fiquei acordado quando o que mais queria era dormir , comi sem sentir fome e senti fome quando não podia comer .

Sim, sou feito no santo... 

Vivi a simplicidade , aprendi a humildade e ganhei o conhecimento.

Sim, sou feito no santo...

Aprendi a cantar, a rezar e a AMAR aquilo que sempre foi motivo de medo e repúdio para os ignorantes .

Sim , sou feito no santo... 

Conheci o desconhecido, sobrevivi ao um universo paralelo e descobri uma imensidão de aprendizado.

Sim , sou feito no santo...

Me arrepiei quando senti o poder da força do asé e me emocionei quando senti o tamanho do amor da minha fé.

Sim , sou feito no santo...

Eu chorei, eu ri, eu louvei, eu escutei, eu abaixei a cabeça e bati paó.

Sim , sou feito no santo...

Uso kelê, contra egun , umbigueira e cháoro.

Sim, sou feito no santo... 

Dormi sobre o ibá , beijei meu ibá , admirei meu ibá , e fiz carinho em meu ibá, pois aprendi a amar o lar do meu orixá.

Sim sou feito no santo...

Vivi em um breve tempo uma vida que poderia ser escrita num livro, foram momentos únicos, oportunidades únicas e uma grande chance de poder ter a honra de vivenciar um momento tão único e especial dentro da religião afro. 

Sim, sou feito no santo..  

Eu morri e renasci para uma vida que sem dúvida alguma é a melhor de todas. Pois vida sem fé , não se vive , somente sobrevive.


segunda-feira, 9 de abril de 2018

6 curiosidades sobre o povo cigano


Ontem foi o dia internacional dos ciganos e hoje vamos conhecer algumas curiosidades desse povo alegre, cheio de mistérios, por muito tempo perseguido na Europa e rotulados por gente que não os conhecem...

A tradição cigana é muito restrito e ainda hoje não conhecemos totalmente seus detalhes, isso porque a cultura desse povo é oral, ou seja, passado de geração para geração, de pai para filho, de mãe para filha...

Vamos conhecer então essas curiosidades?

1. A maior minoria étnica da Europa.

De acordo com a pesquisa realizada pela Comissão Européia, os ciganos são o maior grupo de minoria etnicamente falando na Europa. Estima-se que exista entre 10 à 12 de ciganos vivendo na Europa.

2. Porajmos, a dizimação do povo cigano.

Nas aulas de história estudamos sobre o Holocausto, a dizimação do povo judeu. Porém não conhecemos sequer a existência da dizimação do povo cigano chamada de Porajmos. Desde que este povo chegou na Europa, por volta do século XII, sempre sofreu perseguições e muitos foram escravizados na Romênia por mais de quinhentos anos. O parlamento Europeu só passou a reconhecer o Porajmos como um genocídio na história da humanidade em 2015 e o dia 2 de agosto é considerado o Dia da memória dos ciganos, tendo sempre homenagens aos mais de 500 mil ciganos assassinados durante o Porajmos.

3. O dia mundial dos ciganos.

No ano de 1990, na Polônia, foi instituído o dia mundial dos ciganos o dia 08 de abril. Na Europa existem vários eventos relacionados ao dia para refletir e diminuir ações preconceituosas e intolerantes sobre este povo.

4. Ciganos aqui no Brasil.

Apesar de não ser oficial, estimasse que aqui em nosso país exista 500 mil ciganos espalhados pelo território nacional. Infelizmente aqui, os ciganos também sofrem atos e situações preconceituosos.

5. As crianças e ervas.

Desde muito cedo as crianças aprendem a identificar suas propriedades e utilizar as ervas.

6. Os lenços e a lua.

Os casamentos dentro da cultura cigana sempre são realizados no período da lua cheia e para demonstrar que aquela cigana está casada, elas utilizam lenços na cabeça.



sexta-feira, 6 de abril de 2018

A lingua


Quando Obatalá entregou o comando a Xangô, como este era jovem, ninguém o queria respeitar e nem leva-lo em consideração e todos os dias alguém fazia fofocas a Obatalá sobre Xangô.

Depois de tantas fofocas um dia Xangô disse a Obatalá: 

- Pai, por que todos os dias lhe dizem algo de mim, e nada disso que dizem é verdade?

Mas Obatalá, que conhecia a seriedade de Xangô, lhe disse: 

- Espera que os dias passem e te acalme tenha paciência.

E assim Xangô foi embora da casa de seu pai. 

Obatalá foi consultar a Orumilá (o orixá da sabedoria) este lhe disse para fazer uma oferenda à Exu e que mandasse Xangô cozinhar e que tirasse suas próprias conclusões, e assim fez Obatalá mandou chamar Xangô e lhe disse: 

- Filho Meu, eu gostaria que você fizesse uma refeição para todos os meus filhos e para mim. Gostaria que você me fizesse ou cozinhasse o que há de MELHOR no mundo.

Xangô fez a comida aos filhos de Obatalá, tal como ele tinha pedido e fez para Obatalá língua de vaca e este disse:

- Xangó, língua é a melhor comida do mundo?

Respondeu Xangô:

- Sim pai, um bom axé de língua é a melhor comida do mundo.

Passou algum tempo e Obatalá voltou a pedir a Xangô para fazer uma refeição para todos os seus filhos, mas que ele fizesse a PIOR comida que havia no mundo.

Xangô cozinhou para ele outra vez a língua, e Obatalá lhe disse: 

- Xangô, se da outra vez você me fez o mesmo e me disse que era o melhor!!!! Por que você fez o mesmo como sendo o pior?

Xangô lhe respondeu: 

- Pai, uma boa língua salva um povo, mas uma má língua, pode ser a perdição do mesmo povo. 

Ouvindo Obatalá lhe disse: 

- Você tem razão, Xangô. Uma língua pode ser boa ou má depende da intenção que for usada!!! E é por isso que você vê que todos os dias estão falando algo de você, e precisamente, por isso vai te tornar maior porque no dia em que não te mencionarem no BEM ou no MAL, deixarias de ser Xangô!



quinta-feira, 5 de abril de 2018

Cavaleiro da estrela guia


Este livro é um dos romances psicografados mais lindo que já li! Apesar de ser longo, a história vem com uma linguagem simples e gostosa de ler, e por causa disso, nos envolve de uma tal forma, que enquanto a história não acaba a gente não para de ler...

O romance conta a história de Simas Amoeda, um ex-juiz da Santa Inquisição que, por ingenuidade, levou o seu pai à morte na fogueira e que, a partir dessa decepção, saiu pelo mundo vindo aportar no Brasil, onde conheceu João de Mina, um velho negro escravo, a quem chamou de pajé negro e com ele aprendeu sobre os orixás. Além de conviver com os negros, Simas também conviveu com os índios, onde aprendeu o segredo e o poder das ervas.

No meio de seu caminho, conheceu seus amores e seu grande ponto de força que vinha do mar e que lhe presenteou com uma linda e poderosa estrela, que o guiava sempre. 

Em edições antigas a saga era dividida em três volumes, hoje podemos encontrar a saga completa em um único volume.

Essa é  uma dica de leitura, onde você encontrará várias referências da nossa querida e amada umbanda! E aí? Você gostou da nossa dica de hoje? Tem alguma sugestão para compartilhar? Deixe em seus comentários aqui embaixo! 




quarta-feira, 4 de abril de 2018

A vida ensina!


Maria Eduarda era uma pessoa orgulhosa e trabalhava como faxineira em um restaurante. Ela detestava o trabalho que fazia, pois acreditava que era algo menor, inferior, mas não tinha escolha, pois precisava do dinheiro para se sustentar. Ela tinha que engolir seu orgulho e aprender a ser humilde. A vida estava lhe ensinando a virtude da humildade.

Jonathan era um rapaz muito preguiçoso. Não gostava de trabalhar e nem de estudar. Seus pais tiveram uma crise financeira e começaram a perder tudo o que tinham. Jonathan estava agora numa encruzilhada, pois precisava tomar uma atitude e arranjar um emprego, assim como iniciar seus estudos. A vida estava lhe ensinando o valor do esforço e a sair do conformismo.

Elaine era uma pessoa muito nervosa, irritada e não admitia receber ordens. Trabalhava em um banco quando certo dia houve uma mudança na equipe. O novo chefe era um homem autoritário e começou a pegar no pé de Elaine. A moça, muito irritada, não podia responder nem brigar com ele, caso contrário seria demitida. Por isso foi obrigada a se controlar e a relevar certas atitudes do chefe. A vida estava lhe ensinando a ser uma pessoa menos nervosa e mais tranquila.

Augusto era um homem muito organizado, muito certinho e tinha horror a desorganização. Tinha crenças muito rígidas e era bastante conservador. Certo dia, conheceu e se apaixonou por uma mulher que era o oposto dele. A moça era liberal, não ligava para organização e não cultivava as mesmas crenças que ele. Augusto detestava esse jeito da moça, mas a amava muito, e por isso, foi obrigado a conviver com as diferenças e teve que se tornar uma pessoa mais aberta. A vida estava lhe ensinando o respeito as diferentes visões de mundo e comportamentos, abrindo sua mente.

A vida sempre nos coloca em situações que nos obrigarão a rever nossos comportamentos, valores e crenças e a nos tornarmos pessoas melhores. Não reclame ou fique brigando com as circunstâncias, mas procure decifrar sua mensagem.  Nada disso é ruim, mal ou negativo, mas é apenas a força e a inteligência da vida tentando te ensinar algumas lições de sabedoria.

E você, que está passando por algum sofrimento, reflita… O que a vida está querendo te ensinar?



segunda-feira, 2 de abril de 2018

Festa do senhor 7 Porteira e senhora Maria Padilha - 2018


Neste sábado, dia 31 de março de 2018, o Terreiro de Ogum de Lei realizou a festa em homenagem a estas duas grandes entidades: senhor Exu 7 Porteira e a senhora Pombagira Maria Padilha! A festa estava linda! Dá uma olhada nas fotos abaixo... 






Pano da Costa


Também conhecido como alaká, pano-de-alaká ou pano-de-cuia, o pano-da-costa é de origem africana e compõe a indumentária da roupa de baiana. Seu uso está intimamente ligado ao âmbito das religiões afro-brasileiras e obedece às cores simbólicas dos orixás. Sua denominação faz referência à costa africana, mais precisamente a ocidental, local de origem dos muitos produtos trazidos para o Brasil, especialmente para o recôncavo baiano.

De formato retangular – o tamanho padrão é de dois metros de comprimento por 60 centímetros de largura, é composto de faixas, tecidas em tear horizontal, depois, costuradas manualmente, formando padrões, em geral geométricos e bicolores, que seguem as texturas dos fios de algodão combinados com os de seda, caroá e outros materiais.

Seguindo esses padrões formais, o pano-da-costa – usado sobre um ombro, pendendo uma das pontas sobre o peito e a outra sobre as costas – adquire sua identidade de produto que integra a roupa tradicional de baiana e suas variações sociais e religiosas. 

Listrado, liso, estampado ou bordado em richelieu ou renda, é por meio dele que a mulher demonstra sua posição hierárquica na organização sócio-religiosa dos terreiros.

Sendo este presença e distintivo do posicionamento feminino nas comunidades religiosas afro-brasileira, o pano-da-costa, não é apenas um complemento da indumentária da mulher; é a marca do sentido religioso nas ações da mulher como iniciada ou dirigente dos terreiros.

Observemos a profunda conotação sócio-religiosa desse simples pedaço de tecido, que atua em tão diversificadas situações, desempenhando papéis dos mais significativos e necessários para a sobrevivência dos rituais africano.

O pano-da costa é assim chamado por ter sido um tipo de tecido vindo da costa dos escravos, Costa Mina, Costa do Ouro.

O tecido original foi substituído por outros tipos de tecidos, o que não diminui em nada as funções do pano-da-costa.

A situação do pano-da-costa é de maior importância, se colocarmos a presença da mulher como símbolo do poder sócio-religioso e arquétipo dos valores mágicos da fertilidade, isso motivado pelas formas anatômicas características da mulher.

O pano-da-costa é de uso exclusivo da mulher nos cultos afro-brasileiro, porque uma das principais funções do mesmo é proteger os orgãos reprodutores das mulheres, das Yamis, já que as energias emanadas das mesmas prejudicam muito todo o aparelho reprodutor da mulher.

Nos rituais no candomblé, o sirrum/axexê as mulheres usam dois panos-da-costas branco: um protegendo seus ventres e outro sobre os ombros como uma capa que envolve todo o seu colo e seios.

De alguns anos para cá os homem aderiram o pano-da-costa, mas nenhum deles até agora explicou o porque de usá-lo e nem podem explicar pois o mesmo é de uso exclusivamente feminino.

Pano da Costa na cintura ou no peito é demonstração de trabalho, assim usados no barracão, quando em função religiosa. Caso contrário, no dia-a-dia do terreiro pode ser “jogado” sobre o ombro direito e se mantém esticado ao longo do tronco. Não se “dança” sem esta peça da indumentária.

Mesmo fora do trabalho, para visita ou passeio o seu uso é indispensável. Em casas tradicionais, quando uma iniciada chega sem o pano da Costa é comum a proprietária do terreiro emprestar um à visitante, que, em sinal de educação ou respeito, coloca-o sobre o ombro direito ou, se entrar na roda, usa-o de maneira adequada à sua posição dentro da hierarquia do Candomblé.

O pano da Costa é a peça de maior significado histórico dentro do vestuário africano, em conjunto com o torso. O uso de saia, Camisu ou bata e pano da Costa são indispensáveis dentro do Axé... A maneira de amarrar, colocar ou “enrolar” o pano varia de acordo com a situação, o ritual desenvolvido ou a posição hierárquica.

Pano da Costa é a redução do termo "Pano da Costa do Santo", e referia-se aos panos de adorno, espécie de xales longos, que integravam o traje típico das africanas e das crioulas da Bahia.

Chamam-se panos da costa, aos tecidos artesanais de origem africana. Tais como os demais produtos importados da África, sabão da Costa, limo da Costa, búzio da Costa, e que tinham uso popular, são conhecidos pelo adjetivo "da Costa", muito embora a origem de alguns deles seja várias e ainda controversa.

A princípio esta denominação estendia-se a todos os tecidos importados da África, qualquer que fosse a sua aplicação; o uso lhe foi restringindo o campo até a limitação ao xale. O pano da Costa é, portanto, uma peça de vestimenta tecida de algodão, lã, seda ou ráfia — às vezes em dupla associação desses elementos — que a baiana deita sobre pontos diversos das suas vestes, às vezes, ajustando-o ao corpo em formas convencionais e relativas às diferentes funções que se apresta a desempenhar momentaneamente.

A África negra tem uma longa tradição têxtil, onde a variedade de materiais é tão grande quanto os estilos encontrados. Utilizados como roupa, os tecidos serviram também de moeda, foram utilizados como mensageiros e objetos estéticos.

Os primeiros "tecidos" foram realizados com casca de árvore batida; muito difundidos antigamente numa grande parte do continente, eles são encontrados atualmente sobretudo nas populações da África central, onde são, na maioria das vezes, decorados com tintas vegetais.

A tecelagem só foi desenvolvida bem mais tarde, a partir do século 11, mesmo se tecidos ricamente trabalhados já eram importados dos países da África do norte, do Egito e da península arábica para vestir as populações das grandes cidades portuárias das costas orientais assim como os membros das classes nobres dos reinos do deserto do Sahel.

Nesta mesma época, a expansão do islã, introduzindo novos códigos vestimentários, desempenhou um papel importante no desenvolvido que sofreram os tecidos, sobretudo na África ocidental.

Os tecidos de fabricação local constituíram durante muito tempo bens raros e preciosos; marcas de poder e de riqueza, reservados a uma elite, eles foram integrados como moeda para troca, graças aos quais era possível estimar o preço de uma mercadoria e comprá-la.

Desde sua chegada nas costas do continente, no século XV, os traficantes europeus exploraram as possibilidades comerciais que ofereciam esta nova "moeda" e encorajaram indiretamente a produção textil local devido à sua utilização.

A quantidade de tecidos detidos por cada família foi considerada durante muito tempo uma marca de riqueza e de poder em muitas sociedades africanas.