sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Religião X Espiritualidade

Leia o texto abaixo e reflita! Atualmente TODOS estão brigando porque acredita que a sua religião é melhor que a outra e que por isso você vai conseguir a salvação e o outro vai queimar no fogo do inferno. Será que isso realmente existe?

O autor do texto é Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955) que foi padre jesuíta, teólogo, filósofo e paleontólogo francês.

"A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma. 
A religião é para os que dormem. 
A espiritualidade é para os que estão despertos.
A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados. 
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior. 
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas. 
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo. 
A religião ameaça e amedronta. 
A espiritualidade lhe dá Paz Interior. 
A religião fala de pecado e de culpa. 
A espiritualidade lhe diz: "aprenda com o erro".. 
A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro! 
A religião não é Deus. 
A espiritualidade é Tudo e, portanto é Deus. 
A religião inventa. 
A espiritualidade descobre. 
A religião não indaga nem questiona. 
A espiritualidade questiona tudo. 
A religião é humana, é uma organização com regras. 
A espiritualidade é Divina, sem regras. 
A religião é causa de divisões. 
A espiritualidade é causa de União. 
A religião lhe busca para que acredite. 
A espiritualidade você tem que buscá-la. 
A religião segue os preceitos de um livro sagrado. 
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros. 
A religião se alimenta do medo. 
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé. 
A religião faz viver no pensamento. 
A espiritualidade faz Viver na Consciência.. 
A religião se ocupa com fazer. 
A espiritualidade se ocupa com Ser. 
A religião alimenta o ego. 
A espiritualidade nos faz Transcender. 
A religião nos faz renunciar ao mundo. 
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele. 
A religião é adoração. 
A espiritualidade é Meditação. 
A religião sonha com a glória e com o paraíso. 
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora. 
A religião vive no passado e no futuro. 
A espiritualidade vive no presente. 
A religião enclausura nossa memória. 
A espiritualidade liberta nossa Consciência. 
A religião crê na vida eterna. 
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna. 
A religião promete para depois da morte. 
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida."


"Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual... 
Somos seres espirituais passando por uma experiência humana..."



quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O poder dos brinquedos

Os Ibejis, orixás gêmeos, viviam para se divertir, eram filhos de Oxum e Xangô.

Viviam tocando uns pequenos tambores mágicos que ganharam de sua mãe adotiva, Iemanjá.

Nesta época Iku, a morte, colocou armadilhas em todos os caminhos e começou a comer todos os humanos que caiam em suas arapucas.

Homens, mulheres, crianças ou velhos, Iku devorava todos. Iku pegava os seres humanos entes do seu tempo aqui no Aye. O terror se alastrou pelo mundo.

Sacerdotes, bruxos, adivinhos, curandeiros se reuniram, mas foram vencidos também por Iku, e os humanos continuavam a morrer antes do tempo.

Os Ibejis, então, armaram um plano para deter Iku.

Pegaram uma trilha mortal onde Iku preparara uma armadilha, um ia na frente e o outro seguia atrás escondido pelo mato a pouca distância.

O que seguia pela trilha ia tocando seu pequeno tambor e tocava com tal gosto e maestria que a morte ficou maravilhada, e não quis que ele morresse e o avisou da armadilha.

Iku se pôs a dançar inebriadamente, enfeitiçada pelo som mágico do tambor.

Quando um irmão cansou de tocar, sem que a morte percebesse o outro veio tocar em seu lugar. E assim foram se revezando, sem Iku perceber e ela não parava de dançar e a musica jamais cessava. Iku já estava esgotada e pediu para parar, e eles continuavam tocando a dança elétrica.

Iku implorava uma pausa para descanso. Então os Ibejis propuseram um pacto.

A musica cessaria, mas Iku teria que jurar que tiraria todas as armadilhas.

Iku não tinha escolha, rendeu-se; os gêmeos venceram.

Foi assim que ibejis salvaram os homens e ganharam fama de muito poderosos, por que nenhum outro orixá conseguiu ganhar aquela peleja contra a morte.

Os Ibejis são poderosos, mas os que eles gostam mesmo é de brincar.



Cosme e Damião a sua casa cheira cravo, rosa e flor de laranjeira!!!

Gente! Hoje é o dia deles!!! Dos erês!!!Das crianças!!! De Cosme e Damião!!! É dia de festa, de muitos doces, de alegria!!!

Mas vocês sabem quem são os erês, os ibejis, os vungís? Todos esses termos são utilizados para denominar a linha de crianças. São espíritos que trazem a sua alegria, pureza e inocência infantil quando incorporadas.

Essa linha representada por São Cosme e São Damião, é lembrada no dia 26 de setembro (pelos católicos) ou no dia 27 de setembro (pelos candomblecistas e pelos umbandistas). Os dois santos da igreja católica, foram médicos que viveram na Ásia menor e cuidavam de pessoas que não tinham condições de pagar uma consulta, principalmente  as crianças sem cobrar nada.

Os terreiros que realizam a festa para esta linha, as preparam como se fosse para aniversário, com muitas bexigas, doces, balas, chocolates e um bolo bem colorido! No candomblé estão presentes em todos os rituais, pois assim como Exu, podem atrapalhar os membros, tirando a sua atenção e desconcentrando os mesmos.

Dentro da mitologia africana, os Ibejis são os orixás crianças, gêmeos filhos de Xangô e Iansã, ou em algumas histórias filhos de Xangô e Oxum. Algumas informações sobre os Erês/Ibejis/Vungís:

Dia: Domingo
Cores: Azul, rosa e verde
Elemento: Ar
Domínios: Nascimento e infância
Símbolos: 2 bonecos gêmeos, 2 cabacinhas
Saudação: Bejiróó!, Oní Ibejada!, Erêmim!
Comida: Doces simples (balas, chocolates, pirulitos) e caruru
Bebida: Refrigerante, sendo que normalmente é servido o guaraná.

Dois pontos que eu acho muito lindinhos são:


"Cosme e Damião
 A sua casa cheira
 Cheira cravo, cheira rosa
 Cheira a flor de laranjeira!"   




"Fui no jardim colher a rosa
 E a vovózinha deu-me a rosa mais cheirosa!

 Cosme e Damião
Oh! Doum
Crispim, Crispiniano
São os filhos de Ogum!"






segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Eparrey Iansã! Eparrey Oyá!

Iansã, a rainha dos ventos e dos relâmpagos, sempre se banhava nos rios perto de sua casa, nas matas. Depois de seu banho, ela gostava de passear pela mata e a cidade.

Um dia no meio de seu passeio, Ogum avistou Iansã e se apaixonou por ela. Nunca tinha visto uma mulher tão bela. Tentou descobrir quem era aquela deusa, mas ninguém sabia quem era e quem a conhecia não sabia onde morava.

Ogum resolveu então segui-la e descobriu que aquela linda mulher, podia se transformar em um búfalo. Assustada Iansã tentou fugir e se esconder, mas Ogum já sabia o seu segredo.

Ele propôs á Iansã que casasse com ele, pois a amava e estava apaixonado. A linda mulher tentou relutar, porém aceitou o pedido. Mas só iria se casar se Ogum prometesse não contar o seu segredo á ninguém. Ele prometeu e os dois casaram-se.

Os dois viviam muito felizes, tiveram filhos, mas as mulheres da cidade em qual os dois moravam, não gostavam nada disso. Achavam que Iansã não estava a altura de Ogum, um homem forte e muito bonito para ela. Sentiam um ciumes muito forte de, principalmente as outras esposas.

Um dia, uma delas teve uma ideia e foi conversar com Ogum e ofereceu vinho de palma. Como ele gostava muito e nem era bobo, aceitou todo o vinho que a mulher ia oferecendo. Foi tanto vinho que Ogum bebeu que acabou ficando embriagado e foi respondendo tudo o que a esposa ia perguntando. Até que ela perguntou qual era o segredo de Iansã.

- Iansã? Iansã esconde uma pele de um animal e toda vez que ela veste a pele se transforma em um búfalo! Quem iria imaginar, uma mulher tão linda se transformando em um búfalo!  

Sabendo de seu segredo, saiu correndo para espalhar á todos da cidade o que tinha acabado de ouvir.

Voltando de seu costumeiro passeio, observou as pessoas olhando estranho e as outras esposas de Ogum dando risadas discretas.

Iansã, que não levava desaforo para a casa, foi de encontro com as outras mulheres e perguntou o que estava acontecendo.

- Nós descobrimos o seu segredo! Ogum nos falou que você esconde a pele de um búfalo e quando se veste se transforma nele!

Ouvindo isto, Iansã saiu correndo para a sua casa, reuniu seus filhos e lhes disse:

- Eu vou embora meus filhos, mas se um dia algum de vocês precisarem de mim, me chamem e virei na hora! Virei toda vez que um filho meu precisar e me chamar!

Falando isto para seus filhos, Iansã vestiu sua pele e transformando-se em um búfalo, sumiu pelas matas.




terça-feira, 19 de setembro de 2017

O que é o SETEMBRO AMARELO?

Você já ouviu dizer do setembro amarelo? Este ano vem sendo divulgado pelas mídias esta expressão, mas será que sabemos o que realmente é o mês amarelo?

Setembro Amarelo é o nome do projeto que divulga e previne mortes por suicídios. Este projeto é realizado mundialmente e aqui no Brasil o projeto se iniciou em 2015 com atividades concentradas em Brasilia com o grupo CVV - Centro de Valorização á Vida.

Pelo mundo o grupo que divulga o projeto é o IASP - Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio. O dia Mundial á Prevenção ao Suicídio é vinculado ao dia 10 do mesmo mês.

Uma doença que cresce a cada dia, silenciosamente e que é um tabu em nosso dia-a-dia é o suicídio. Segundo pesquisas oficiais, trinta e duas pessoas morrem por dia cometendo o ato. Isso significa que a cada hora 1,3 pessoas comentem o suicídio e segundo a OMS - Organização Mundial de Saúde, nove entre dez casos poderiam ser prevenidos.

Grupo de risco? Qualquer pessoa e atualmente cresce o número de casos com pessoas entre 15 e 29 anos que cometem o ato. De 1980 até 2014, houve um crescimento nos dados de 27,2 %, isso porque, segundo os especialistas, os casos estão diretamente ligados a depressão, o uso abusivo de drogas e álcool, violências sexuais e domésticas, abusos e bullying. 

Estamos cada vez mais distantes um do outro, deixando de ser "humanos". Estamos a todo o momento na defensiva, seja como vitima de alguma violência física ou alguma violência psicológica, como por exemplo a onda de preconceitos que vemos a todo o momento, desde a intolerância religiosa até o preconceito de gênero.

A religião do modo geral, muitas vezes pode ser nociva ao ser humano, mas sem algo para acreditar, sem sentir a fé ou a crença em algo, pode ser muito mais nocivo. O tema é um tabu dentro de qualquer religião e que não se pode nem pensar em algo parecido. Por conta desse fato não se é falado em momento nenhum dentro de nenhuma igreja, templo, barracão, ilê, tenda, etc.

O espírito da pessoa que cometeu o suicídio, na visão da umbanda, vai para um lugar especifico, para se recuperar energeticamente, e ao mesmo tempo a lucidez até aceitar continuar a sua evolução espiritual.

Dentro da cultura yorubá, segundo Bascom, em Sixteen Cowries (traduzido do inglês para o português), que teve como a sua principal fonte o Yorúbà Sàlàko (in memoriam), awolòrìsá no culto de Orisálá em Oyo: 

"Pessoas que morrem antes de seu tempo, continuam na terra como fantasmas, permanecendo em cidades distantes aonde não possam ser reconhecidas, até que chegue o dia indicado por Ọlọrun, momento que “morrem” uma segunda morte e seguem para o céu. Quando as três almas lá chegam, Ọlọrun lhes prescreve um “um bom céu” ou um “mau céu”, dependendo de seu comportamento na terra. Aqueles que foram enviados para o “mau céu” jamais poderão ser restituídos à vida através da reencarnação; tampouco podem os suicidas, as quais nunca alcançam o céu mas se tornam espíritos malignos, que se dependuram às copas das árvores, tais como morcegos ou borboletas.”

Vamos conversar sobre o assunto em casa, dentro de nossos terreiros, templos, tendas, barracões. Vamos começar a valorizar a vida, pois ela é a coisa mais valiosa que Deus nos deu!

Se você conhece alguém que tem depressão, ou se você sabe de alguém que não tem mais vontade de viver, converse com ela, ou simplesmente a ouça, isso pode ajudar e muito a pessoa. Procure ajuda para ela. Se você tem estes sentimentos e pensamentos a ponto de querer tirar a sua própria vida, procure alguém para conversar, ou entre em contato com o grupo CVV - Centro de Valorização á Vida pela internet ou pelo telefone discando o número 141.

A depressão é uma DOENÇA, pensamentos suicidas não é frescura! Procure alguém para te ajudar! A vida é valiosa demais para ser vencida por esta doença silenciosa! 




Dados retirados dos sites:


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Festa de Baiano e Zé Pilintra 2017

Gente a nossa festa deste sábado foi maravilhosa!!!! Estava muito linda!!! Casa cheia!!! Fora as comidas que foram preparadas com muito carinho paras as entidades e para a casa!!! Espia só como foi...


Tinha mungunzá...

... mandioca, baião de dois.

A mesa estava linda e farta!


Baião de dois da madrinha do nosso terreiro!

Caldinho de feijão




Acarajé que o nosso Pai Álvaro fez


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Asè para quem é de asè! Saravá para quem é de saravá!

Boa noite meus queridos irmãos de fé!

Acredito que vocês já devem ter assistido alguns videos, no qual está sendo divulgado nas redes sociais, onde mostram claramente o desrespeito, o preconceito de algumas pessoas com a nossa religião, as religiões de matrizes africanas. Eu como faço parte de duas religiões que eu escolhi para mim, e que tenho um orgulho enorme em fazer parte de minha casa, o Terreiro de Umbanda de Ogum de Lei e Vô Firmino de Angola - Ilê Asè Babà Mogì Guna, fico muito triste em olhar tamanha violência contra as pessoas. 

Sim, digo pessoas e não irmãos porque essa ação fere não somente quem faz parte de religiões de matrizes africanas, mas sim pessoas que tem o direito de escolherem a crença que querem seja a católica, evangélica, budista, espírita, wicca, umbandista, candomblecista, xintoísta, entre muitas outras religiões que existem por aí e que muitas vezes nem conhecemos...

E por me sentir ferida também por ver essas ações, me senti no dever de falar um pouco sobre o preconceito religioso. Sobre a intolerância religiosa. Onde muitos pedem a tolerância, eu peço não a tolerância, mas sim o respeito. Eu não quero, e acredito que muitos de vocês também, ser tolerada e sim respeitada! 

E como conseguir tal respeito? Precisamos mudar muita coisa eu sei, começando a mudança por nós mesmos... Sim, pois muitas vezes nos pegamos falando sobre o assunto e sem querer ou querendo, cometemos a mesma atitude preconceituosa que os intolerantes praticam. Nós queremos fazer a mesma coisa com quem praticou a ação e com isso nos tornamos intolerantes religiosos também.

Segunda coisa que precisa ser mudada é a legislação e a politica que rege a nossa sociedade, nutrindo muitas vezes atos, jargões, expressões preconceituosos e que não acontecem nada com as pessoas que as praticam. Por exemplo a menina de onze anos, Kayllane Campos, que foi apedrejada em 14 de junho de 2015, e que com certeza vai levar a sua ferida pelo resto de sua vida. Ou mais recentemente, uma senhora de sessenta e cinco anos, Maria da Conceição Cerqueira da Silva, agredida por sua vizinha, por ser candomblecista e o caso foi registrado apenas por lesão corporal.

Esta parte é muito difícil ser mudada, mas temos que lutar para tal, não podemos desistir... A terceira coisa que precisamos mudar é na educação. A educação dentro de casa e a educação nas escolas. 

Quando falo a educação dentro de casa, me refiro aos responsáveis por um menor, onde devem ensinar que existem muitas coisas e pensamentos diferentes dos nossos e que isso é completamente normal, temos o dever de respeitá-los e não julgá-los.

Quando falo a educação dentro da escola, me refiro aos professores, coordenadores e diretores que são todos responsáveis pela formação de seus alunos para serem cidadãos críticos e que dentro das escolas devem ter sim debates sobre situações que ocorrem na sociedade e projetos que permitam que os alunos conheçam todas as religiões que existem em nossa sociedade, principalmente as religiões de matrizes africanas, a cultura africana e a cultura afro-brasileira.

Desde 2003, as escolas são obrigadas a trabalharem as questões da cultura africana e cultura afro-brasileira com a lei 10.639 e em 2008, além das culturas citadas anteriormente, acrescenta a cultura indígena com a lei 11.645. 

Como podemos ver, para conseguirmos amenizar as situações de intolerância religiosa, temos que mudar muitas coisas e que nós todos somos também responsáveis pela mudança que tanto sonhamos. Não basta apenas apontar o que os outros devem fazer, temos que reconhecer as nossas responsabilidades também e que devemos lutar para isso.

Eu não sou a dona da verdade e nem quero ser. Eu sou mais uma pessoa que vive em uma sociedade onde cresce cada vez mais, os casos de preconceitos e atos de intolerância religiosa, e de outros tipos de preconceitos que também temos consciência, e que quer ajudar de alguma maneira a diminuir esses números e a divulgar nossa cultura para que haja o respeito.

Eu espero de coração, que quem esteja lendo este texto, reflita em suas atitudes, repensem em seus valores e tomem o cuidado para não propagar mais ainda o ódio que está sendo espalhado pelo mundo afora. Pelo contrário, que espalhem amor e respeito pelo nosso mundo, ele está precisando e muito! Só assim podemos pensar em mudar algo! 

Vou finalizar nossa conversa com um vídeo que foi bastante compartilhado nas redes sociais, creio que vocês já devam ter visto, onde a Mariana Souza recita sua poesia chamada "Tudo começa pelo respeito". 




(Regiane Oho)

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Oní Ibeijada!!!

Conta um itan (histórias em iorubá) que há muito tempo um casal tinha dois filhos gêmeos. Era um casal de irmãos gêmeos que se davam muito bem e tinha uma ligação muito forte um com o outro. Tanto que um sempre sabia o que o outro estava sentindo ou até pensando!

Um belo dia, os dois irmãos estavam brincando perto de uma cachoeira, como sempre faziam. e em uma das brincadeiras realizadas por eles, o menino acabou caindo dentro do rio e sua irmã desesperada não conseguiu segurá-lo e seu irmão acabou sumindo naquele rio.

A menina saiu correndo em busca de ajuda e gritando em direção á sua casa chamou por seus pais. Chegando lá, contou-lhes o que tinha acontecido e seus pais foram atrás de seu filho, mas tudo em vão, pois não iriam conseguir encontrá-lo.

Passou os dias, os pais estavam tristes, mas seguiam sua vida. Porém sua filha que sobrevivera anda muito triste, cabisbaixa, não brincava, e começava a se alimentar muito mal. Sua mãe começou a pedir todos os dias para que Olodumare tivesse piedade de sua família, principalmente de sua filha e desse novamente a alegria dela em viver.

Olodumare ouvindo as preces de uma mãe em agonia por causa do sofrimento de um filho, teve piedade e uma compaixão que fez aparecer nas margens do rio, perto da cachoeira que os irmãos brincavam e que agora era cenário de tristeza da menina, um boneco muito parecido com seu irmão.

A menina vendo o boneco, pegou e observou com muita atenção e com alegria no coração tomou para ela e a partir desse momento decidiu que aquele brinquedo seria o seu preferido, pois quando brincava com ele era como se seu irmão estivesse brincando com ela!



sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Oráculo na umbanda?

Se procurarmos no dicionário o significado para a palavra ORÁCULO, encontraremos a seguinte definição: "Substântivo masculino. Resposta dada por uma divindade à alguém em uma consulta por uma pessoa preparada para tal."

Antigamente as pessoas passavam por uma preparação para entrar em contato com os objetos tidos como oráculos. Hoje alguns deles são utilizados por pessoas para o seu auto-conhecimento, como por exemplo o tarot de Marshella.

Dentro de algumas religiões estes objetos são utilizados como forma de se ter respostas de uma divindade ou algo supremo, energia superior ou algo parecido. Principalmente na umbanda e no candomblé. 

Para o uso apenas de auto-conhecimento podemos dizer que a pessoa precisa apenas estudar para ter a leitura do oráculo que se quer conhecer. Porém dentro da religião precisamos ter alguns cuidados além do estudo. Vamos conhecer um pouco sobre os oráculos utilizados dentro da umbanda e do candomblé. 

No candomblé o oráculo que se usa, e que é muito conhecido, é o jogo de búzios. Este jogo consiste em um tabuleiro para jogo de Ifá e 16 conchinhas conhecidas como búzios. Não é qualquer pessoa que pode abrir um o jogo.  Só pode manuseá-lo quem foi iniciado nesta religião e passado por um processo que dura em média sete anos. E é levado em conta também se esta pessoa tem a autorização do seu orixá para abrir o jogo. Normalmente essa pessoa é conhecido como Babalorixá ou Yalorixá

No candomblé,  o jogo de búzios é realizado para que os consulentes (pessoas que vão se consultar) tenham alguma orientação dos orixás. Esta é a forma que o divino tem para se comunicar com os mortais.



Na umbanda os oráculos são utilizados por entidades da linha do oriente: os ciganos. Essas entidades utilizam as cartas do baralho (seja cartas do tarot ou baralho comum), dados, borras de café, folhas de chá, as linhas da palma das mãos entre outros.

O médium pode manusear estes oráculos sem incorporar a entidade e dar as suas consultas, porém ele precisa se conectar com a mesma para ter uma boa leitura no oráculo escolhido realizar um ritual que vai depender da casa para casa.

O médium também passa por uma preparação. Banhos e meditações são alguns exemplos no processo, que como dissemos acima depende de casa para casa.




Tanto no candomblé como na umbanda os médiuns precisam manter sempre um estudo além da preparação para manusear o oráculo. Além de ter sempre uma conecção, seja com o seu orixá ou a sua entidade.




quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Agradeça por tudo!

Temos que agradecer a Deus, cada dia que amanhece. Pois nada é mais belo que o nascer do sol. 

Viver é uma dádiva concedida por Deus, portanto, nada melhor do que festejar todos os dias da nossa vida.

"Pra você que está aí sentado. Encolhido diante de tantos  problemas que vem enfrentando, não desiste. Mesmo que tudo pareça estar fora do alcance de suas mãos. Mesmo que o medo cegue a sua visão e te impeça de enxergar as soluções. Acredite!

Nada é por acaso. As tormentas fortalecem. Nos despertam de nós mesmos. Você se sente incapaz, mas Deus conhece seu coração e sabe até onde você consegue ir. 

Não busque culpados. Aceite o peso de suas escolhas e omissões. Você está acuado em você mesmo. Não vê as possibilidades e nem pensa em levantar.  

Eu não sei os pesos que carrega. Mas Deus sabe e Ele vem em seu socorro. Ele traz acalento. Conforta e te segura pela mão. Não desiste. Não se de por vencido. Você nasceu para ser um vencedor!

Pense nisso!








terça-feira, 5 de setembro de 2017

Oxalá e Xangô

Conta a lenda que Oxalá queria ver muito o seu filho Xangô na cidade de Oyó. Neste tempo as pessoas, antes de sair de sua cidade para viajar, consultavam Ifá para saber se seria um bom momento ou não a se realizar o que queria. Não diferente, Oxalá foi consultá-lo:

- Ifá estou com muitas saudades de meu filho que mora na cidade de Oyó. Gostaria muito de revê-lo...

Ifá pegou suas ferramentas e depois de muito observar os objetos respondeu:

- Não é um bom momento para viajar não...

- Mas faz um bom tempo que não o vejo - disse muito triste.

- Tudo bem, mas para você ir, precisa fazer algumas coisas. Antes de viajar você vai se banhar e colocar um roupa toda branca, ficar tranquilo, levar três mudas de roupas limpas e não pare no caminho para ninguém e por ninguém. Chegando em Oyó, não fale com nenhuma pessoa até encontrar com seu filho.

- Tudo bem. Vou fazer isto.

No dia de sua viajem, Oxalá se banhou, trocou a sua roupa, arrumou sua bagem e iniciou sua jornada. No meio do caminho encontrou um senhor, com uma aparência muito cansado carregando um balaio cheio de carvão. Este senhor pediu ajuda para Oxalá que pensou:

"Ifá disse para não conversar com ninguém. Não deve ter problema nisso. Vou ajudá-lo."

Pensando nisso, Oxalá já ia pegando o balaio e de repente os carvões todos caíram sobre a sua cabeça, sujando toda a sua roupa. Vendo essa situação toda ouviu o senhor rindo e quando olhou viu Exu.

- Ha ha ha ha ha ha ha!!! Exu enganou Oxalá! Agora ele está todo sujo!

Oxalá vendo e ouvindo tudo isto pegou suas coisas, procurou um rio para se lavar e trocar suas roupas. Terminando, continuou sua jornada onde encontrou novamente um senhor com um porrão cheio de vinho de palma.

Este senhor pediu novamente ajuda e novavamente Oxalá ajudou. Quando foi pegar o porrão, o vinho todo caiu sobre ele, sujando-o novamente. Oxalá ouviu mais uma vez uma gargalhada e viu Exu que falou:

- Enganei novamente Oxalá! Oxalá está cheio de vinho de palma!

Mais uma vez Oxalá pegou suas coisas, procurou um rio para se lavar e trocar pela segunda vez a sua roupa. Continuou sua viajem e mais para frente encontrou novamente um senhor que carregava um porrão de dendê. Mais uma vez um pedido de ajuda foi feito e mais uma vez Oxalá estava pronto a ajudar

Quando ia levantar o porrão, Oxalá se sujou todo de dendê e pela terceira vez ouviu uma gargalhada e viu Exu dizendo:

- Enganei pela terceira vez Oxalá! Oxalá não cansa de ser engando por Exu...?

Muito triste, foi procurar um rio para se lavar. enquanto se limpava Oxalá lembrou do que Ifá disse á ele e decidiu não ajudar mais ninguém. Chegando na cidade de Oyó, todo sujo e cansado, viu o cavalo que dera a seu filho perdido e foi pegá-lo para levar até o seu dono, já que deveria ter fugido.

Alguns soldados do reino de Xangô avistou o cavalo reconhecendo o animal. Pensando que era o ladrão de cavalos, pois a aparência que Oxalá tinha era irreconhecível, levaram-no para o reino e prenderam-no. 

Desta vez Oxalá lembrou que Ifá tinha dito para não falar nada chegando á cidade e não se defendeu. Ficou calado, preso por muito tempo e por nada o que acontecesse Oxalá falou uma palavra.

Com o tempo, Oyó começou a passar uma dificuldade muito grande. As colheitas estavam minguando, a terra ficou arenosa e as águas estavam escassas. Xangô foi consultar Ifá que lhe disse que em seu reino havia um inocente preso.

Xangô que não suportava injustiças, pediu para seus soldados verificarem os presos e queria saber quem era este preso inocente. Algum tempo depois, Xangô viu os soldados trazerem um senhor, de barba e longos cabelos brancos e ao se aproximarem reconheceu o seu pai. Xangô muito envergonhado, pediu perdão a ele e o carregou em suas costas até a sua casa para que Oxalá pudesse se banhar e pediu a seu reino para preparar a maior e melhor festa que a cidade de Oyó já teve para se redimirem de seu pai.



domingo, 3 de setembro de 2017

Por que sou umbandista?

Porque Exu me ensinou que se eu desejo algo, eu tenho que conquistar!

Porque a Pombagira me ensinou que o melhor amor não é amarrado!

Porque os Baianos me ensinaram que a felicidade é uma permissão que temos que nos dar!

Porque os Marinheiros me ensinaram que mesmo que a vida balance, o naufrágio só acontece se eu não me manter firme!

Porque os Boiadeiros me ensinaram que só os verdadeiros amigos permanecem ao meu lado!

Porque as Pretas e Pretos Velhos me ensinaram que arrogância não nos leva a caminho nenhum que seja bom!

Porque os Ibejis me ensinaram que a fé é o único sentimento puro que existe!

Porque Pai Omulu me ensinou que não existe sofrimento em recomeçar tudo outra vez!

Porque Ogum me ensinou que não se vence batalhas com a guerra!

Porque Iansã me ensinou que se vence as tempestades da vida com a cabeça erguida!

Porque Oxum me ensinou que o amor vale mais que o ouro!

Porque Xangô me ensinou a confiar na justiça divina e não na minha errante!

Porque Iemanjá me ensinou a acolher as pessoas, e não a fugir delas!

Porque Oxossi me ensinou que a minha coragem é o suficiente para realizar meus sonhos!

Porque Nanã me ensinou que a paciência nos faz chegar mais rápido e com mais certeza em nossos objetivos!

Porque Oxalá me ensinou que pra ser bom eu não preciso ser santo, mas que eu não faça nada que vá contra uma outra pessoa!

Porque Deus me ensinou que ele não tira nada de mim, nem mesmo se for pra me dar algo melhor!

Olorum me ensinou que o que eu conquisto é mérito meu, fazer permanecer comigo é outro mérito! E que se for por meu merecimento Ele me dará muitas coisas sem tirar nada do que já possuo!

Por que sou Umbandista? Porque minha religião não faz discriminação, ela não mede minha fé pela quantia de bens que eu tenho.

Porque ela não faz comparação entre os membros participantes, porque dentro do terreiro somos uma família unida na fé!

Por isso sou Umbandista!

(Autor desconhecido)


sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Festa de cigano 2016

Mais uma festa do ano passado!!! Desta vez é a dos ciganos, uma festa muito colorida, alegre, tudo como os ciganos gostam!!!






O uniforme branco e o preto velho.

O Preto-Velho tá sentado no seu toco, olhando para a gira, fumando o seu cachimbo, conversando com seu cambone:
– Fio, suncê sabe por que se usa branco no terra de chão*?
– Sei não, meu pai – responde o Cambone.
– É porque no branco é fácil ver a sujeira, fio.
– Ah sim, meu pai! Eu lavo meu uniforme sempre. – Completa o Cambone.
– Não é dessa sujeira que negô tá falando fio. É da sujeira da alma, é pra lembrar que a alma tem que também estar limpa zinfio. Negô vê muito cavalo vestindo farda engomada e alvejada, mas que tá com a alma toda suja zinfio. Assim, suncê consegue entender negô?
O Cambone olha para um lado e para o outro e vê aquele corpo mediúnico todo vestido de branco, sem uma mancha no seu fardamento.
– Negô “aprefere” suncê sujo de terra, mas trabucando* para ajudar o irmão, do que todo vestido bonito e brilhante, sem sair do lugar por medo de se sujar.
Assim, nego continua sua baforada, rindo, daqueles que acham que a aparência importa e também de que a ordem vem do ayê para o Orum…
– Suncês tão si “insquecendo” zinfio, que nego não precisa tá aqui. Negô quer estar aqui. He he!

♪”A fumaça do cachimbo do negô,

Voa no ar só não vê quem não quer.

He He! A Mironga de nego é no pé!
Vôa no alto, só não vê quem não quer."

(Douglas Rainho)