sexta-feira, 2 de março de 2018

A protetora das grávidas


Numa manhã de sol uma bela mulher negra se banhava nas águas límpidas de um rio; “seu lar” – era Oxum.

De repente ela se levantou e foi com os braços abertos reverenciar uma das sublimes criações de Olodumarè – o sol; em nome de Obatalá.

Resolveu aproveitar a tamanha beleza do dia e saiu andando sem rumo. Se distanciando do seu reino.

À medida que se afastava foi notando que havia muitas mulheres e homens, mas nenhuma criança nas redondezas.

Oxum ficou intrigada, pois no seu reino os seres que mais imperavam eram as crianças onde ela era a mãe de todas.

Depois de muito andar, viu várias mulheres com aspecto muito triste e perguntou:

-  Senhora! Porque caminha tão triste e só; por essas veredas?

Uma delas respondeu:  

- Estamos muito infelizes, nenhuma mulher consegue engravidar, todos os homens estão saindo da cidade  e nos abandonando.

Oxum nesse momento lembrou-se do seu instrumento inseparável o  espelho! Olhou com firmeza para ele e logo soube como resolver esse mistério.

- Venham todas! Olhem no meu espelho, uma de cada vez. 

Assim fizeram e cada uma que olhava ficava apavorada com o que via. Logo compreenderam porque os homens fugiam delas.

Oxum sendo muito vaidosa e bondosa, levou todas elas para o seu reino e lá chegando tratou logo de ensiná-las como cuidar da aparência, da higiene e mostrou que com bons modos, delicadeza e inteligência elas poderiam conquistar seus maridos e com isso teriam filhos lindos e saudáveis. 

Mas para que tudo desse certo era preciso consultar o oráculo para saber qual ebó tinha que ser feito para que cada uma tivesse o resultado tão esperado. 

O ebó consistia em que todas fossem para a cachoeira do seu reino e limpassem todo o limo das pedras até que ficassem reluzentes e em seguida, mergulhassem e trouxessem cada uma um peixe e fossem para suas casas. Lá chegando deveriam fazer o peixe rezando e pedindo o que quisessem e em seguida alimentar seu marido.

Algum tempo depois todas as mulheres apareceram grávidas e todas saudaram Oxum. Daquela data em diante Oxum seria para todo o sempre a mãe de todas as crianças e a protetora de todas as grávidas.
              
Ora yê yê Oxum!




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