sexta-feira, 9 de março de 2018

Oxum e Iansã



Oxum me contou que quando Iansã, rainha dos ventos e tempestades, estava com seu coração confuso, cheio de mágoa e tristeza, ela ia se lavar nas águas doces de Oxum.

Ela pedia colo e conselhos, pedia conforto e um pouco do amor incondicional de Mamãe.

Quando Iansã chegava, Oxum se alegrava e a recebia de braços abertos, enfeitava seus lindos cabelos com o primeiro desabrochar das rosas vermelhas mais lindas que encontrava e pedia aos passarinhos que cantassem suas melodias mais doces. 

Oxum envolvia sua querida irmã com seus raios dourados e esperava pacientemente que se acalmasse e assim pudesse contar tudo o que se escondia naquele coração tão amado. 

Depois de um longo tempo em que Iansã aliviava seu coração e encontrava em Oxum o retorno para suas emoções e o equilíbrio necessário, algo misterioso sempre acontecia. 

Quem olhasse de longe poderia ver o deslumbrante e a perfeição dos movimentos que a água e o vento geravam, plenos como em uma dança, as duas energias giravam e giravam, uma alimentando e elevando a outra. 

O que acontecia é que Mamãe Oxum se alimentava da ira e tristeza de Iansã. 

Se fortalecia, se iluminava e conseguia todo o conforto e energia necessários para encontrar o caminho do mar, principalmente para superar suas próprias dores e tristezas. 

Uma protegia a outra, uma alimentava a outra e juntas eram capazes de trazer força e amor a todos que por elas clamavam...



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