Oxum me contou que quando Iansã, rainha dos ventos e tempestades, estava com seu coração confuso, cheio de mágoa e tristeza, ela ia se lavar nas águas doces de Oxum.
Ela pedia colo e conselhos, pedia conforto e um pouco do amor incondicional de Mamãe.
Quando Iansã chegava, Oxum se alegrava e a recebia de braços abertos, enfeitava seus lindos cabelos com o primeiro desabrochar das rosas vermelhas mais lindas que encontrava e pedia aos passarinhos que cantassem suas melodias mais doces.
Oxum envolvia sua querida irmã com seus raios dourados e esperava pacientemente que se acalmasse e assim pudesse contar tudo o que se escondia naquele coração tão amado.
Depois de um longo tempo em que Iansã aliviava seu coração e encontrava em Oxum o retorno para suas emoções e o equilíbrio necessário, algo misterioso sempre acontecia.
Quem olhasse de longe poderia ver o deslumbrante e a perfeição dos movimentos que a água e o vento geravam, plenos como em uma dança, as duas energias giravam e giravam, uma alimentando e elevando a outra.
O que acontecia é que Mamãe Oxum se alimentava da ira e tristeza de Iansã.
Se fortalecia, se iluminava e conseguia todo o conforto e energia necessários para encontrar o caminho do mar, principalmente para superar suas próprias dores e tristezas.
Uma protegia a outra, uma alimentava a outra e juntas eram capazes de trazer força e amor a todos que por elas clamavam...
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