sexta-feira, 18 de maio de 2018

Omolu


Quando Omolu era um menino de uns doze anos, saiu de casa e foi para o mundo para fazer vida.

De cidade em cidade, de vila em vila, ele ia oferecendo seus serviços, procurando emprego.

Mas Omolu não conseguia nada.

Ninguém lhe dava o que fazer, ninguém o empregava.

E ele teve que pedir esmola, mas ao menino ninguém dava nada, nem do que comer, nem do que beber.

Tinha um cachorro que o acompanhava e só.

Omolu e seu cachorro retiraram-se no mato e foram viver com as cobras.

Omolu comia o que a mata dava: frutas, folhas, raízes.

Mas os espinho da floresta feriam o menino.

As picadas de mosquito cobriam-lhe o corpo.

Omolu ficou coberto de chagas.

Só o cachorro confortava Omolu, lambendo-lhe as feridas.

Um dia, quando dormia, Omolu escutou uma voz: “estás pronto. Levanta e vai cuidar do povo”.

Omolu viu que todas as feridas estavam cicatrizadas. Não tinha dores nem febre.

Obaluaê juntou as cabacinhas, os atós, onde guardava água e remédios que aprendera a usar com a floresta, agradeceu a Olorum e partiu.

Naquele tempo uma peste infestava a Terra.

Por todo lado estava morrendo gente.

Todas as aldeias enterravam os seus mortos.

Os pais de Omolu foram ao babalaô e ele disse que Omolu estava vivo e que ele traria a cura para a peste.

Todo lugar aonde chegava, a fama precedia Omolu. Todos esperavam-no com festa, pois ele curava. 

Os que antes lhe negaram até mesmo água de beber agora imploravam por sua cura.

Ele curava todos, afastava a peste.

Então dizia que se protegessem, levando na mão uma folha de dracena, o peregum, e pintando a cabeça com efum, ossúm e wági, os pós branco, vermelho e azul usados nos rituais e encantamentos.

Curava os doentes e com o xaxará varria a peste para fora da casa, para que a praga não pegasse outras pessoas da família.

Limpava casas e aldeias com a mágica vassoura de fibras de coqueiro, seu instrumento de cura, seu símbolo, seu cetro, o xaxará.

Quando chegou em casa, Omolu curou os pais e todos estavam felizes.

Todos cantavam e louvavam o curandeiro e todos o chamaram Obaluaê, todos davam vivas ao Senhor da Terra!



quinta-feira, 17 de maio de 2018

Escrava Anastácia


Aproveitando que esta semana é dedicado aos Pretos Velhos e Pretas Velhas, neste quadro o que tem por aí?, vamos conhecer um pouco sobre a escrava Anastácia, que alguns dizem que ela realmente
existiu e foi trazida da Africa escravizada em nosso país, e outros dizem que ela é apenas uma personagem que existiu apenas no imaginário popular.

Verdade ou não, o fato é que existem uma devoção muito grande por uma boa parte dos brasileiros e africanos também. 

Acredita-se que Anastácia era uma princesa no continente africano e que capturada foi trazida como escrava para terras brasileiras. Morreu em Pompeu, no dia 12 de maio de 1740 (local e data incertos), e é cultuada informalmente pela realização de supostos milagres.

Seu culto foi iniciado em 1968, quando numa exposição da Igreja do Rosário do Rio de Janeiro em homenagem aos 80 anos da abolição, foi exposto um desenho de Étienne Victor Arago representando uma escrava do século XVIII que usava máscara de flandres que permitia à pessoa enxergar e respirar, sem contudo, levar alimento à boca.

Anastácia era uma mulher de linda e rara beleza, que chamava atenção de qualquer homem. Ela era curandeira, ajudava os doentes, e com suas mãos, fazia verdadeiros milagres. Por se negar a ir para a cama com seu senhor, apanhou muito e foi sentenciada a usar uma máscara de flandres por toda a sua vida, retirando apenas para se alimentar debaixo de muita violência, sobrevivendo por pouco tempo.

No dia 15 de maio de 1990, a extinta Rede Manchete, exibiu em sua programação uma minissérie de nome Escrava Anastácia onde conta a vida da escrava. Veja abaixo a abertura desta minissérie.



quarta-feira, 16 de maio de 2018

A arte de viver juntos


Conta uma lenda dos índios sioux que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem Azul chegaram de mãos dadas à tenda do velho feiticeiro da tribo e pediram:

- Nós nos amamos e vamos nos casar. Mas nos amamos tanto que queremos um conselho que nos garanta ficar sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho, emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

- Há o que possa ser feito, ainda que sejam tarefas muito difíceis. 

Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte da aldeia apenas com uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo, deves escalar a montanha do trono; lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias. Somente com uma rede deverás apanhá-la, trazendo-a para mim viva!

Os jovens se abraçaram com ternura e logo partiram para cumprir a missão.

No dia estabelecido, na frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves. O velho tirou-as dos sacos e constatou que eram verdadeiramente formosos exemplares dos animais que ele tinha pedido.

-E agora, o que faremos? Os jovens perguntaram.

-Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Quando estiverem amarradas, soltem-nas para que voem livres.

Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. 

A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela impossibilidade do vôo, as aves arremessaram-se uma contra a outra, bicando-se até se machucar.

Então o velho disse:

- Jamais esqueçam o que estão vendo, esse é o meu conselho. 

Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se como também, cedo ou tarde, começarão a machucar um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados. Libere a pessoa que você ama para que ela possa voar com as próprias asas. Essa é uma verdade no casamento e também nas relações familiares, de amizades e profissionais. Respeite o direito das pessoas de voar rumo ao sonho delas.

A lição principal é saber que somente livres as pessoas são capazes de amar



segunda-feira, 14 de maio de 2018

O que é a umbanda?


A Umbanda é uma religião que é estruturada, moralmente, em 3 princípios: fraternidade, caridade e simplicidade. 

Admite um deus gerador chamado (Zambi), que é o criador de tudo e todos. Seus adeptos (chamados também de "umbandistas" ou "filhos de fé") cultuam divindades denominadas Orixás e reverenciam espíritos chamados guias. 

Suas origens são remotas, vindo do berço de nossa civilização, talvez até de civilizações mais antigas, ainda desconhecida pelo homem. A umbanda como conhecemos agora, renasceu no século XX, no dia l5 de novembro de 1908 através do médium Zélio Fernandino de Morais e foi estruturada livre de práticas e mitologias passadas.

Sua orientação espiritual ou doutrinária é feita pelos guias - espíritos que atuam na Umbanda sob uma determinada linha de trabalho que, por sua vez, está ligada diretamente a um determinado Orixá. 

Os guias têm sapiência e consciência da natureza humana e os atributos para que essa humanidade possa evoluir e seguir por um caminho melhor. Os guias se manifestam através da mediunidade dos médiuns, sendo a prática da incorporação a matriz do trabalho deles - ato pelo qual uma pessoa médium, inconsciente, consciente ou semi-consciente, permite que espíritos falem através de seu corpo físico e mental. 

Os guias possuem diversos arquétipos pelos quais se apresentam através da incorporação. Cada arquétipo está ligado a uma determinada linha espiritual. Como exemplos, desses arquétipos podemos citar: Pretos-Velhos, Caboclos, Baianos, Marinheiros, Boiadeiros, Crianças, Ciganos, Exus e Pomba-giras, entre outros. 

Cada terreiro ou conglomerado de terreiros têm a sua forma de interpretar e manifestar a religião de Umbanda. São diversos ritos que diferem de casa para casa. Alguns utilizam atabaques, já outros, não utilizam tais instrumentos, preferindo somente o ritmo das palmas e o cântico dos pontos cantados. 

De maneira geral, toda gira de Umbanda inicia-se com o processo de defumação - elemento característico de quase todas as giras - que consiste na queima de ervas e essências, com a finalidade de limpeza da matéria e do espírito, e do ambiente do terreiro antes do início da sessão e do trabalho das entidades que ali estarão. 

Normalmente as giras se iniciam com os pontos cantados, defumação e a incorporação. As giras variam de casa para casa e podem ser de atendimento e/ou de desenvolvimento, específicas para cada grupamento de entidades, ou seja, gira de Pretos-Velhos, de Caboclos, de Crianças etc.

Nas giras de atendimento os médiuns incorporados pelos seus guias (Pretos-Velhos, Caboclos, Crianças etc), procedem ao atendimento espiritual ao público, em que todos são convidados a se consultarem com um guia e/ou a tomar um "passe". 

Nas giras de desenvolvimento, os médiuns da casa são desenvolvidos pelos guia chefe da casa ou por outros guias mais experientes, para o trabalho espiritual. O desenvolvimento (que também varia de casa para casa) consiste em "chamar" o guia do médium e "firmá-lo" nesse médium até que ele, o guia, possa incorporar sem a necessidade da ajuda de um guia mais experiente. 

Durante o processo de desenvolvimento, os médiuns passam por diversos rituais, como: banhos de folhas, firmeza de cabeça, deitadas etc. Os quais são fundamentados e variantes para cada forma de Umbanda existente.


Terreiro de Umbanda Ogum de Lei e Vô Firmino de Angola - Ilê Asè Babà Mogì Guna


Festa de Preto Velho!


Adorei as almas!!!

Ontem, dia 13 de maio, foi o dia dos vôzinhos e das vózinhas. Dia das entidades que carregam a sabedoria, a paciência e a meiguice que só eles carregam. O Terreiro de Umbanda de Ogum de Lei e Vô Firmino de Angola realizou a festa dedicado à eles neste sábado, 12 de maio. Venham ver como a nossa festa foi linda!














sexta-feira, 11 de maio de 2018

Como surgiu as curas nos rituais africanos


Iansã vivia feliz com Ogum, pois os dois tinham muitas coisas em comum, como o gosto pela guerra e o desejo de desbravar novos lugares. 

Gostavam da companhia um do outro, sentindo-se em harmonia. Com ele, que é conhecedor de todos os caminhos, Iansã aprendeu a andar pela Terra. Gostava muito de vê-lo trabalhar, em seu ofício de ferreiro, tentando aprender como ele confeccionava suas armas e ferramentas. 

Iansã pedia insistentemente que lhe fizesse uma arma para guerrear. Um dia, Ogum a surpreendeu, oferecendo-lhe uma espada curva, que era ideal para seu uso. Isso a agradou muito, tanto que, mais tarde, todo seu exército estava usando esse mesmo tipo de arma. 

Mas Ogum não a levava em suas batalhas, deixando-a sozinha e entediada. Sem falar no tempo que gastava em seus afazeres de ferreiro. Iansã adorava a liberdade, mas, ao mesmo tempo, não dispensava uma boa companhia. 

Começou a sentir-se rejeitada por ele. Foi nesse momento que Xangô, o grande rei, foi procurar Ogum, pois precisava de armas para seu exército. Ele era muito atraente e cuidadoso com sua aparência. Era impossível não notar sua presença. 

Ogum, aceitando o pedido, começou a produzir armas para Xangô, que tinha muita urgência. Ficaria na aldeia o tempo necessário para o término do serviço. Xangô também notou a presença de Iansã sentindo uma grande atração por ela. 

Com seu jeito de ser, aproximou-se dela para trocar conhecimentos a respeito de suas habilidades. Descobriram, nessas conversas, que possuíam muitas afinidades, inclusive que não gostavam de viver isolados, assim como Ogum. 

Iansã estava muito interessada em Xangô e em tudo o que estava aprendendo com ele, mas não queria magoar Ogum, a quem respeitava muito. Xangô propôs-lhe uma união eterna, sem monotonia, sem solidão, viajando sempre juntos por toda a Terra. 

Seria uma união perfeita. Quando Ogum terminou seu trabalho, os dois já haviam partido. Ele ficou enfurecido com a traição de ambos, mesmo sabendo que sua companheira não podia ficar cativa para sempre. 

Partiu atrás deles para vingar sua desonra! Iansã estava vindo ao seu encontro, para explicar-lhe que não poderia mais ficar com ele, pois Xangô a completava, mas que iria respeitá-lo sempre como grande orixá da guerra. 

Ogum estava tão enfurecido, que não ouviu o que ela dizia, e foi com grande fúria que investiu contra ela, erguendo sua espada. Iansã, em defesa própria, também o atacou. 

Ela foi golpeada em nove partes do seu corpo, e Ogum em sete, formando curas. Esses números ficaram muito ligados a esses orixás, assim como as curas, que foram introduzidas nos rituais africanos



quarta-feira, 9 de maio de 2018

A força está em você


Todos nós passamos por dificuldades na vida, sejam elas de ordem física, emocional, financeira ou espiritual. 

Nesses momentos sentimo-nos fragilizados e sem forças para prosseguir na jornada. Agimos como aqueles alunos que vão mal nas matérias que cursam e que decidem largar tudo. Deixar tudo e desistir parece ser o caminho mais fácil, mas isso não corresponde à realidade. 

Sempre que deixamos algo por fazer, um dia teremos que voltar e dar continuidade, isto quando não temos de refazer tudo novamente. Assim é a vida. Estamos aqui na Terra em aprendizado e não podemos duvidar de que Deus, nosso Pai e Criador espera e deseja que cresçamos, que nos tornemos melhores, e com isso mais felizes e saudáveis de corpo e de alma. 

Assim, quando a dor chega a nós, seja por nossa invigilância ou como prova a nos testar a paciência e a fé, a tendência é nos desesperarmos e tentarmos buscar fora de nós a ajuda ou o “milagre” para nos aliviar. 

Ainda não aprendemos que Deus nos deu todas as condições para superarmos as dificuldades. Ele nos deu a inteligência e a capacidade de pensarmos. Deus deixou dentro de cada um de nós uma força que desconhecemos e que não sabemos como usá-la. 

Essa força, porém, só pode e deve ser utilizada para o bem, porque vem de Deus e Ele é só amor, bondade e justiça. Assim, se você estiver passando por qualquer dificuldade, por pior que lhe seja, creia, 

Deus está em você. Confie, acredite. Os homens têm suas limitações, mas Deus tem todo o poder e para aquele que Nele crê, tudo é possível. 

Pense Nisso!



terça-feira, 8 de maio de 2018

Festa de Ogum


Peço desculpas pela demora em postar a nossa festa de Ogum... Mas hoje consegui sentar e mostrar um pouco de como a festa foi linda! Obrigada meu pai Ogum por nos abençoar sempre, proteger e nos dar esta oportunidade! Ogunhê!